Uma grande amiga minha tem algo que a incomoda: um nariz que
ela diz ser feio por ser grande demais. Pensando bem, outro amigo reclama
pelo mesmo motivo.
Que dizer a respeito? Digo que isso é resultado de uma visão
obtusa e imatura sobre questões estéticas.
Diana Vreeland disse:
“Um nariz desprovido de força é um espetáculo lamentável. É uma das críticas que se pode fazer hoje a alguém. Se você nasce com um nariz pequeno demais, a única coisa que lhe resta é querer aumentá-lo.”
Ela estava certa! E digo isso sem aquele interesse de confortar
aqueles que se sentem desconfortáveis com seus narizes proeminentes.
De fato, resgatando lembranças dos anos de frenesi juvenil
em torno dos meus ídolos, recordo que as mulheres por quem desenvolvi uma
adoração apaixonada e um desejo de incorporação, tinham um nariz grande para os
padrões desejáveis: Sarah Michelle Gellar e Gillian Anderson.
O que dizer daquele nariz com lombada da sempre deslumbrante
Luciana Vendramini? Ou do nariz saliente da última grande supermodelo, Gisele
Bundchen? Ou do rosto judaico da
queridinha dos anos 90, Sarah Jessica Parker, da padaniana Laura Pausini e a beleza etíope, Sara Nuru? Mulheres
fascinantes! Nada de "Nariz Gleice Hoffman"!
Sou da opinião de que uma mulher forte deve ter um nariz
forte. Vejam Virgínia Woolf, Edith Sitwell, Maria Callas, Joan Baez, Betty
Friedan, Monica Vitti, Raquel Welch, Princesa Diana, Sandra Bernhard, Niki
Taylor, Rose Marie Muraro, Grace Gianoukas, Barbra Streisand.
Homens com narizes pequenos sempre foram pouco atraentes
para mim, parecem infantis, ou até mesmo primitivos, como se tivessem
estacionado em algum estágio de seu desenvolvimento. Não é por acaso que me
apaixonei por Haakon Magnus assim que o vi pela primeira vez. Também não é por
acaso que meu ator pornô preferido é Tim Kruger, um alemão de perfil altivo; ou
que meu crush na faculdade é um narigudo que roubou meu coração.
É possível que a preferência aparentemente unânime por
narizes pequenos seja fruto de uma tendência evolutiva para preferir olhares
femininos e dóceis em mulheres. Mas pode ser também produto da cultura americana massificante, que tenta neutralizar e apagar todas
as diferenças étnicas e raciais.
Sendo meus ancestrais majoritariamente originários da Itália
e de Portugal, minhas premissas são mediterrâneas. Vejo um grande poder de
sedução nos narizes aquilinos dos senadores e generais romanos, bem como o nariz
grego afiado que se vê nas esculturas dos deuses do Olimpo (adoro quando os
ossos nasais se encontram com a testa e formam uma linha única).
Além disso, todas as pessoas com quem tenho me envolvido de uma maneira
importante têm um nariz forte; parece ser um dos meus motivos românticos.
De certa forma lhe agradeço por esse texto porque eu sempre tive complexo por ter narigão e, bem, neste país de bosta, o zé povinho tem preconceito com quem tem nariz grande.
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